terça-feira, 23 de novembro de 2010

Pedro Costa, o dom Quixote do cordel

PEDRO Nonato da COSTA nasceu em Alto Longá, (PI). É filho de Raimundo Nonato da Costa e de dona Maria dos Anjos Alves. Pedro Costa é poeta,violeiro e repentista, reflete o sentimento do mundo nas páginas de sua "De Repente", revista bimestral que leva aos quatro cantos do planeta a historiografia da cultura popular, em verso e prosa, mantendo acesa a chama do amor pela essência que brota do sentimento popular que é literatura de cordel.Único membro piauiense da Academia Brasileira de Literatura de Cordel, foi eleito Personalidade do Século XX pela Academia de Letras do Vale de Sete Cidades. Criou também a FUNCOR(Fundação Nordestina do Cordel) para ajudar a ainda mais a valorizar essa cultura. http://funcorpiaui.blogspot.com

A revista "De Repente" foi criada por Pedro Costa

Patativa do Assaré

Patativa: compositor, poeta e improvisador
 Patativa do Assaré, cujo nome verdadeiro é Antônio Gonçalves da Silva, nasceu em 5 de março de 1909, na cidade de Assaré (estado do Ceará). Foi um dos mais importantes representantes da cultura popular nordestina.
 Dedicou sua vida a produção de cultura popular (voltada para o povo marginalizado e oprimido do sertão nordestino). Com uma linguagem simples, porém poética, destacou-se como compositor, improvisador e poeta, apesar de ser analfabeto. Produziu também literatura de cordel, porém nunca se considerou um cordelista. 
 Patativa só passou seis meses na escola. Isso não o impediu de ser Doutor Honoris Causa de pelo menos três universidades. Não teve estudo, mas discutia com maestria a arte de versejar. Morreu em 08 de julho de 2002 na cidade que lhe emprestava o nome. Leia mais...
  Alguns cantores nordestinos gravaram as composições de Patativa, como Fagner e Luiz Gonzaga, que gravaram Vaca Estrela e Boi Fubá e Triste Partida, respectivamente.
           


Vaca Estrela e Boi Fubá
Seu dotô me de licença  
Pra minha história contá
Hoje eu tô na terra estranha
E é bem triste o meu pená
Mas já fui muito feliz
Vivendo no meu lugá
Eu tinha cavalo bom
Gostava de campeá
E todo dia aboiava
Na porteira do currá
           Ê, vaca Estrela, ô, boi Fubá            

A Triste Partida
Meu Deus, meu Deus
Setembro passou
Outubro e Novembro
Já tamo em Dezembro
Meu Deus, que é de nós,
Meu Deus, meu Deus
Assim fala o pobre
Do seco Nordeste
Com medo da peste
Da fome feroz
Ai, ai, ai, ai












sexta-feira, 19 de novembro de 2010

As ilustrações do Cordel: Xilogravura

        Gravura talhada em madeira, de onde se obtém ilustrações populares, muito utilizada a partir do século XIX nas capas de folhetos da literatura de cordel.
         Os xilogravuristas utilizam apenas um canivete ou faca doméstica bem amolados para confeccionar a xilogravura em uma madeira.
 Entre os gravadores populares mais conhecidos que deram a sua contribuição para a xilogravura nordestina estão Manoel Serafim, Inocêncio da Costa Nick, o Mestre Noza, Zé Caboclo, Enéias Tavares Santos, J. Borges, entre outros. jborgesbrasil.blogspot.com
       Nas décadas de 1960 e 1970 alguns intelectuais e pesquisadores passaram a publicar uma série de álbuns com gravuras feitas por artistas populares nordestinos. Com isso a xilogravura ganhou o status de arte, além de projeção nacional e internacional. Entre esses álbuns pode ser citado: 20 xilogravuras do Nordeste, organizado por Evandro Rabello, em 1970, com apresentação de Ariano Suassuna.


Mais xilogravuras:





quarta-feira, 17 de novembro de 2010

História do Cordel

  “PRESTE ATENÇÃO POR FAVOR                                  
  NA HISTÓRIA QUE VOU CONTAR

  ELA EXPLICA O QUE É CORDEL
  GRANDE MANIFESTAÇÃO POPULAR.”



 No Brasil, a Literatura de Cordel aparece como sinônimo de poesia popular que conta histórias em verso (histórias feitas para ler ou cantar). Essa expressão foi inicialmente empregada pelos estudiosos de nossa cultura para designar os folhetos vendidos em feiras numa aproximação com que acontecia em Portugal. Essa poesia popular em versos surge no Brasil na transição do século XIX para o século XX.

  CARACTERÍSTICAS DOS TEXTOS DE CORDEL

- Quanto à estrutura: são organizados em versos e estrofes com seis versos(sextilhas, uma das mais usadas no cordel) e a presença de rima.
- Quanto à linguagem: vocabulário simples, através do uso de termos compreensíveis, sem necessariamente compor um texto forçado;
- Quanto a situação: são escritos por um cordelista publicados em folhetos;

        - Quanto a situação de apresentação: os folhetos são vendidos em feiras e, em muitos casos, declamados para o público, que os compra se a história interessar.



Forma como é vendido o cordel




LITERATURA DE CORDEL
É poesia popular
é historia contada em versos
em estrofes a rimar
escrita em papel comum
feita pra ler ou cantar.
os folhetos de cordel
nas feiras eram vendidos
pendurados num cordão
falando do acontecido,
de amor, luta e mistério,
de fé e do desassistido.
a minha literatura de cordel
é reflexão sobre a questão social
e orienta o cidadão
a valorizar o seu povo
e também a educação.
mas trata de outros temas:
da luta do bem contra o mal,
da crença do nosso povo,
do engraçado, coisa e tal.